Cris Anvago e Isabel Furini: Halloween


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Halloween


Será que aparecem os que já foram?

O povo Celta assim o dizia

Vestidos de branco também parecíamos

Fantasmas que povoavam e foram embora


Abóboras por todo o lado iluminadas

Ténue é a luz das candeias

Vassouras que voam na imaginação

Bruxas modernas caminham na escuridão


Quem bate à porta a altas horas?

Coragem para abrir, porque demoras?

Seres pequenos com ar assustador

Gritam por doces sem nenhum pudor


Travessura digo eu!

Com um foco de luz encarnado

Apontado para o céu

Se gritam coitados de vós!

Com voz rouca assusto

Quem me queria assustar!

Coitados dos miúdos só queriam brincar

Fogem de mim em qualquer direção

Gera-se o pânico

Numa noite que deveria ser de diversão 


Cris Anvago - 31-10-2024

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Dia dos mortos



Eles sempre retornam, entram pelas janelas

aproveitando a impetuosidade do vento

ou penetram ( sorrateiramente)

por debaixo da porta

imperam nas fotografias, nas conversas

os mortos se negam a ficar mortos

fogem dos túmulos e nos acossam de madrugada

sugam nossa energia, sacodem nossas emoções

embotam nossa mente

alguns mortos são najas

enroladas em nossa coluna vertebral


Isabel Furini
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