Amaury Nogueira e Elciana Goedert: Dia da consciência negra

Imagem gerada pela IA do Bing

 Cadê o Zumbi?

Amaury Nogueira


O tempo passou...

o vento levou...

todos que achavam 

ser dono seu!

te fizeram de Pelourinho

e chibatearam os filhos seus

com o senhor FMI...

somente os capitães 

e seus feitores "latifundiários"

que por ganância abraçaram 

toda terra, com  os banqueiros que concentraram toda sua riqueza 

fazendo de escravos todos os demais trabalhadores...

até os dias atuais, utilizam

o chicote "salário mínimo" para lembrar das senzalas

que hoje chamamos de favelas e casas de aluguel

essas que chicoteiam o mínimo salário do escravo trabalhador em prol dos feitores donos do imóveis!

salário que está bem longe 

daquele escrito na constituição federal!

com desculpas esfarrapadas 

de que o governo gasta mais 

do que arrecada o novos senhores vão centralizando suas riquezas!

precisamos urgentemente 

de um novo Zumbi dos Palmares, para nos mostrar 

o caminho da equiparação 

de valores!


Amaury Nogueira 

Poeta Paranaense


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Um poema de Elciana

Espécie Multicor



A humanidade é tão contraditória

Observe ao longo da nossa história 

Muitos dizem gostar de multicores

Mas na cor de pele, são opressores 



Surgiu até um louco raciocínio:

Criaram-se campos de extermínio

Para tornar a raça pura

Como se isso fosse a cura!



Qual a razão de tanto temor?

Cor da pele não tem como impor.

Abaixo dela não há discrepância

Por que persiste a ignorância?



E continua minha indagação

Para que tanta presunção?

A pele não guarda o caráter

Não é tão difícil entender.



Se a questão é melanina

É o DNA quem determina

Raças são de várias origens

Espécie, só uma: Homo sapiens



Igualdade se faz com atitudes

Preconceito só nos torna rudes

E essa é a verdade afinal:

Todos teremos o mesmo final!



Elciana Goedert (Ciça)

In: Eu e a Poesia, 2014.

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